Paulo Victório

O topolino do nome mais elegante desse mundo – e do apelido mais carinhoso também -  morreu essa semana ): Mal conseguimos arrumar a casinha dele de um jeito decente… mas agora ele está no céu das aveias, algo parecido com isso, e está muito feliz!







R.I.P. Demo ♥

Curiosidade frustrou

(tem spoiler)

Daí que tem esse livro (título mal traduzido, na minha opinião), o famoso ‘50 Tons de Cinza’.  Resolvi ler (amém não resolvi comprar!) e olha, bobagem perder tempo com o título quando o resto é tão mais interessante de ser comentado.

“Quando Anastasia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja.”

Pela sinopse não vi nada de mais e, sejamos sinceros, todo mundo está lendo mais pela curiosidade do que pela história. Oras, um romance com BDSM virou best-seller? Deve ser no mínimo interessante, não? Perdoados os que seguiram essa linha de raciocínio  eu oi haha. Não sei o que eu esperava, de verdade, mas fiquei frustrada.                                                                

Comecei a ler e hm… mocinha terminando a faculdade, aparentemente sem gracinha, gosta de música clássica e literatura britânica, desajeitada, virgem e por aí vai. Como esse estereótipo me irrita! Porque a personagem que vai conquistar o cara rico e bonito não pode ser, sei lá, uma também bonita administradora de empresas? hahah Ou no mínimo uma pessoa sem problemas de autoestima? No fim elas são insossas leitoras de Jane Austen ou Emily Brontë. Não que haja problema em gostar de qualquer uma das autoras, é só que… já ficou um pouco repetitivo esse tipo de personagem na minha opinião. Afinal, Anastasia não lembra alguém? Lembra sim, - e que raiva eu fiquei ao me dar conta disso – a queridíssima Bella Swan, de Crepúsculo. Depois de uma pesquisada descobri que 50 Tons de Cinza é, na verdade, uma fanfic da saga dos vampiros no estilo ‘mommy porn’, como andam dizendo por aí. Ah para!

Então que você chega nas sacanagem cenas de sexo. E… pera. Não sou nenhum profunda conhecedora de BDSM, mas o que é aquilo? A sem sal leva uns tapinhas – faz um dramalhão – e acabou? Li em alguma crítica por aí que o leitor chega a torcer pra chata levar uns tapas mesmo. E não é? hahahah Sem contar que a desgraçada perde a virgindade tendo 28348 orgasmos. Senhor Grey deve ser realmente muito bom! Aliás, ele também é um personagem irritante. O livro inteiro parece não desenvolver, não caminhar – ou caminhar muito devagar - para algum esclarecimento dos enigmas propostos. Você lê 450 páginas e o que descobre sobre o ricaço é que foi ‘abusado’ na adolescência e que a mãe era uma drogada. Que Anastasia é uma jovem deslumbrada que não sabe o que quer. Sim, tudo será resolvido nos próximos livros, mas cadê a parte emocional, cadê o apego entre leitor e personagem? Ficou devendo.

Achei o livro vazio e chato. E ainda fiquei pasma com o burburinho que ele conseguiu gerar. Já teve até feminista resolvendo queimar 50 shadows porque ele ‘erotiza a tortura sexual’, acredita? (Vi no LiteraTortura!) Oh, por favor, cada um sabe o que gosta e o que não gosta de fazer. Ninguém vai sair por aí querendo levar uns tapinhas a lá Anastasia porque leu no livro que é legal.

Ou vai né, juro que nada mais me impressiona. Até o Justin Bieber diz que foi cogitado pro galã Christian Grey. Oh vida…